
Uso de bikes é tema em debate sobre mobilidade urbana
A semana entre os dias 22 e 27 de setembro foi nomeada como a semana da “Mobilidade Urbana”, focada em transportes alternativos, que possam reduzir o transito e a poluição emitida pelos carros.
A segunda-feira foi o dia mundial de deixar o carro em casa, mas isso não deu muito certo, foram registrados grandes índices de congestionamentos na cidade de São Paulo.
Buscando promover o debate do uso das “bikes” nas grandes cidades brasileiras, O Itaú promoveu um encontro no último dia (16) aberto para o público interessado, com alguns profissionais que são a favor do uso, como a Renata Falzoni, que atuou em diversos veículos de comunicação e criou o Night Biker’s Clube do Brasil. O evento ainda contou com a presença da Clarisse Linke, executiva no Brasil do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento e do Daniel Guth, que é consultor na área de mobilidade urbana.
Durante o debate, foram discutidas as dificuldades e as possíveis saídas para que as bikes sejam cada vez mais viáveis nas grandes cidades.
O desafio inicial era a aceitação do projeto pela população, junto com a promessa de que os governos investiriam na construção de ciclofaixas para a população.
A segunda parte do desafio já está sendo resolvida, os governos mostram cada vez mais interesse em investir, mas ainda existe uma grande dificuldade de fazer com que os motoristas aprendam a respeitar os ciclistas no meio do trânsito, respeitando a distância mínima de 1,5m entre carro e bike. Além disso, a conscientização da população como um todo ainda é desafio, fazer com que as pessoas entendam que é viável deixar o carro em casa e usar a bicicleta.
Campanhas de conscientização e de apoio ao uso das bicicletas, realizadas pelos órgãos públicos, seriam um começo. Outra saída, desestimular a população de usar o carro, pois é cada vez mais difícil encontrar vaga nas ruas para estacionar, quando você acha é a famosa “zona azul”, que precisa pagar, com essas dificuldades o povo deveria cansar de tal situação e aderir o uso das bicicletas.
Desestimular o uso do carro traria diversos benefícios para as cidades, segundo a palestrante Clarisse Linke, 12 pessoas morrem por dia com problemas respiratórios. E o raciocínio é simples, com menos carros na rua, a emissão de CO² também é reduzida, ajudando a diminuir os problemas respiratórios da população.
Daniel Guth, afirma que o paulistano perde 2 horas e 43 minutos do seu dia dentro do carro, preso do transito. Com o uso das bikes esse número cairia muito, além de você praticar exercícios físicos no tempo que estaria sentado dentro do carro. Para Daniel, as bikes ainda ajudam a promover a igualdade social, pois todos estariam “iguais” na sua locomoção até o trabalho, coisa que no transito não existe, pois quem tem mais dinheiro, gosta de “ostentar” carros de luxo pela cidade.
Outra sugestão para viabilizar ainda mais o uso das bikes nas grandes cidades, é criar rotas de ciclofaixas que sejam ligadas nos metros e trens, assim o cidadão pode pegar a bike, usar a ciclofaixa para ir até o metro, embarcar e descer na estação que ele pretende, e de lá, seguir de bike até onde pretende. Claro que as estações de trem e metro vão precisar de estações de bikes próximas, mas essa é a parte mais fácil da solução.
O Itaú promoveu este debate, porque é umas das empresas pioneiras em disponibilizar o transporte alternativo de bikes para a população nas principais capitais e tem interesse que a população se conscientize do uso das bicicletas e adote cada vez mais esta prática. Hoje são 450 estações de bicicletas instaladas pelo Itaú, em sete capitais, que oferecem 4,5 mil unidades para quem quiser deixar o carro em casa.